Enquanto o Katrina resultou em de 1.300 a 1.800 mortes, as enchentes no RS já contabilizavam 169 vítimas fatais, podendo ultrapassar as duas centenas devido aos 44 desaparecidos. Em relação à área inundada, Nova Orleans teve 80% da cidade debaixo d’água, correspondendo a 725 km2, enquanto as imagens de satélite indicaram mais de 4.600 km2 de área afetada no RS.
As imagens de casas submersas e pessoas sendo resgatadas de telhados por barcos ou helicópteros são chocantes em ambos os casos. Milhares de desabrigados, centenas de milhares desalojados, milhões de impactados – a enormidade da situação é evidente.
Enquanto Nova Orleans ainda se recupera do Katrina, o Rio Grande do Sul enfrenta a repetição de enchentes devido às chuvas torrenciais que já duram um mês. A possibilidade de algumas pessoas decidirem deixar permanentemente Porto Alegre, Eldorado do Sul e outras cidades nos próximos meses não é descartada diante da devastação causada pelas enchentes.
Os governos estadual e federal enfrentam desafios complexos na reconstrução e adaptação ao novo cenário climático. A solidariedade tende a diminuir com o passar do tempo, e a população atingida corre o risco de sucumbir ao desespero.
Alguns políticos, como o senador Hamilton Mourão, são criticados por seu suposto desvio de função diante da emergência das enchentes. A população precisa refletir sobre suas escolhas nas próximas eleições, para não repetir erros do passado que possam resultar em novas tragédias.
Diante do cenário de desastre, resta aos gaúchos e brasileiros torcer para que as autoridades tomem medidas eficazes para lidar com a situação e que a população atingida receba o apoio necessário para se recuperar e reconstruir suas vidas. A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 certamente deixará marcas profundas que irão perdurar por muito tempo.