Repórter São Paulo – SP – Brasil

Movimento dos Atingidos por Barragens busca incluir comunidades tradicionais em mapas geológicos para garantir direitos e transição energética.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está empenhado em garantir que as comunidades tradicionais sejam devidamente identificadas nos mapas produzidos pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME). Essa demanda será apresentada durante a consulta pública em andamento desde abril, para a elaboração do Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo) para o período de 2025 a 2034.

O prazo para participação na consulta é de 60 dias e encerrará no próximo mês. O objetivo desse processo é fomentar um diálogo transparente e democrático acerca do futuro do mapeamento geológico. Diversos setores, como representantes das empresas de mineração, especialistas, pesquisadores e organizações sociais, poderão contribuir indicando áreas de prioridade para as pesquisas do SGB, com foco especialmente nos minerais críticos e estratégicos para a transição energética.

O mapeamento geológico desempenha um papel crucial na identificação das formações rochosas e características geológicas de determinada região. No contexto da mineração, esse trabalho é essencial para determinar a presença de minerais de interesse econômico e viabilidade de exploração. As informações levantadas permitem identificar os locais mais propícios para a atuação das empresas do setor.

O PlanGeo 2025-2034 servirá como um guia para a exploração mineral no país, reunindo dados que poderão embasar a formulação de políticas públicas relacionadas à mineração e direcionar investimentos em pesquisas exploratórias. Durante a consulta pública, os participantes terão a oportunidade de indicar áreas prioritárias dentre as 60 pré-selecionadas pelo SGB, bem como sugerir novas áreas e linhas de atuação para o mapeamento geológico.

O advogado Artur Colito, membro do coletivo de direitos humanos do MAB, ressalta a importância de reconhecer as comunidades tradicionais nos mapas geológicos devido às violações de direitos humanos historicamente cometidas no contexto da mineração no Brasil. Ele destaca a necessidade de respeitar o direito à consulta prévia, livre e informada, conforme estabelecido na Convenção 169 da OIT, da qual o Brasil é signatário.

A construção do PlanGeo 2025-2034 foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como um passo fundamental para o conhecimento geológico em projetos voltados para a transição energética. O objetivo é proporcionar uma utilização mais eficiente e produtiva do solo, de modo a direcionar a mineração do país de maneira sustentável e consciente.

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