Operação da Polícia Civil desmantela seita religiosa ligada à distribuição ilegal de ketamina no Amazonas, resultando em prisões e apreensões.

Na tarde desta quinta-feira (30), a Polícia Civil do Amazonas desencadeou uma operação surpreendente que culminou na prisão de quatro indivíduos suspeitos de integrarem uma seita religiosa envolvida com a distribuição ilegal e o estímulo ao consumo da ketamina, uma droga sintética veterinária utilizada como anestésico em animais de grande porte.

Entre os detidos estão Cleusimar Cardoso Rodrigues, de 53 anos, e Ademar Farias Cardoso Neto, de 29 anos, respectivamente mãe e irmão de Dilemar Cardoso, conhecida como Djidja Cardoso. A defesa dos acusados ficou a cargo da advogada Lidiane Roque, que alegou, em entrevista ao jornal A Crítica, que os mesmos eram usuários de drogas e apresentavam problemas de saúde mental.

Os familiares de Djidja emitiram uma nota na quarta-feira (29), onde expressaram consternação pela morte da jovem e desmentiram os boatos a respeito das circunstâncias do ocorrido. Djidja, que atuou como sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins, foi encontrada sem vida em sua residência na última terça-feira (28), levantando suspeitas de overdose de ketamina como causa do óbito.

Além dos primeiros indivíduos detidos, Verônica da Costa Seixas e Claudiele Santos da Silva, funcionárias da rede de salões de beleza Belle Femme, foram presas. Há ainda um foragido, Marlisson Vasconcelos Dantas, cuja prisão também foi decretada. As autoridades suspeitam que a seita liderada pela família dos acusados possa estar associada a casos de estupro, cárcere privado e agora, até mesmo de um possível aborto induzido.

Durante a operação policial, foram apreendidos diversos materiais, como seringas, produtos para acesso venoso, ketamina, celulares, documentos e computadores. Inclusive, uma clínica veterinária suspeita de fornecer a droga ilegalmente também foi alvo de buscas.

Os crimes atribuídos aos presos vão desde tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsificação e adulteração de produtos terapêuticos, até charlatanismo, sequestro, cárcere privado e estupro de vulnerável. A investigação revelou que os líderes da seita convenciam seus seguidores de que o uso compulsivo da ketamina os levaria a transcendência espiritual. O Instituto Médico-Legal será responsável por confirmar a presença da substância no organismo de Djidja e a possível correlação entre seu falecimento e as atividades da seita.

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