De acordo com o relatório da Moody’s, os fatores cíclicos que impulsionaram o crescimento em 2023 devem diminuir em 2024, devido à redução da produção agrícola e de mineração, ao estímulo fiscal e ao consumo dinâmico, em um cenário de taxas de juros relativamente altas. A agência ressalta que as reformas estruturais realizadas nos últimos anos, como a independência do banco central e as reformas fiscais e trabalhistas, devem manter o crescimento em torno de 2% nos próximos anos.
Além disso, os planos de investimento em infraestrutura têm o potencial de impulsionar o crescimento a longo prazo, porém sua eficácia depende da superação de restrições fiscais e da atração de investimentos privados. O Banco Central também deve continuar reduzindo gradualmente sua política monetária restritiva, em meio a desaceleração do crescimento e desinflação.
A inflação global e a inflação subjacente no Brasil apresentaram queda desde meados de 2022 e, embora haja a expectativa de cortes adicionais na taxa Selic, as taxas de juros reais devem permanecer relativamente restritivas. A Moody’s prevê que a inflação se mantenha na metade superior do intervalo-alvo estabelecido pelo banco central, entre 1,5% e 4,5%, até o próximo ano.
Diante desse cenário, a agência acredita que o país tem potencial para manter um crescimento econômico sólido nos próximos anos, impulsionado pelas reformas estruturais e investimentos em infraestrutura. Porém, é fundamental superar desafios fiscais e atrair mais investimentos privados para garantir o crescimento sustentável a longo prazo.