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Projeto Cidades-Esponja em Pequim: Solução para Enchentes ou Ilusão? Análise de Especialistas Após Enchentes Devastadoras.

No verão do ano passado, a cidade de Pequim, na China, enfrentou uma de suas piores crises devido às fortes chuvas que atingiram a região. Em um período de 83 horas, a capital chinesa foi atingida por um volume de água que representava 60% do total esperado para um ano inteiro. O resultado foi devastador, com 33 pessoas perdendo suas vidas em decorrência das enchentes.

Dez meses após a tragédia, o bairro de Mentougou, que foi severamente afetado pelas chuvas, ainda está em processo de reconstrução. Ruas antes inundadas agora estão recebendo pavimentação asfáltica, encostas de morros estão sendo reforçadas e o leito de um rio que transbordou está sendo reestruturado para evitar futuros alagamentos.

Esses eventos levantaram questionamentos sobre o projeto das cidades-esponja, iniciado na China em 2015, com o objetivo de absorver a água das chuvas de forma mais eficaz. No entanto, mesmo com investimentos em obras como o aeroporto de Daxing, que foi projetado como uma espécie de esponja para as águas pluviais, as chuvas intensas continuaram a causar estragos na região.

O arquiteto Kongjian Yu, considerado um dos idealizadores das cidades-esponja, defende a continuidade do projeto e afirma que a implementação ainda está em estágio inicial na capital chinesa. Ele ressalta a importância de utilizar soluções baseadas na natureza para lidar com as enchentes e desastres naturais.

Além disso, especialistas britânicos destacam a importância de adotar uma abordagem sistêmica para aumentar a resiliência das cidades diante das mudanças climáticas. Eles enfatizam a necessidade de investir em infraestrutura de forma inteligente e aprender com os erros e sucessos de projetos como o das cidades-esponja na China.

Apesar dos desafios e críticas, a China segue empenhada em promover a construção de cidades mais adaptáveis e sustentáveis, como é o caso da nova cidade de Xiong’an, que está sendo construída com foco na absorção de água e prevenção de enchentes. A implementação dessas medidas requer tempo e investimento, mas é vista como essencial para enfrentar os desafios climáticos que o mundo enfrenta atualmente.

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