A estrutura da estação, que normalmente serve como ponto de partida para os usuários dos trens urbanos, foi tomada por sacolas, garrafas, latas e outros resíduos, criando uma verdadeira piscina de esgoto que exalava um odor nauseante. Localizada ao lado do Mercado Público, um dos principais pontos turísticos da capital gaúcha, a estação Mercado ficou completamente fora de operação devido aos estragos causados pelas enchentes.
O carpinteiro João Carlos Pires Alves foi um dos transeuntes surpreendidos pela cena, descrevendo-a como “terrível”. Outro morador local, o administrador Luís Carlos Silveiro, classificou a situação como um “absurdo total”, evidenciando a comoção e revolta geradas pela tragédia natural.
Segundo o diretor-presidente da Trensurb, Fernando Marroni, a estação Mercado e outras duas na capital tiveram perda total de equipamentos devido às inundações. Marroni informou que não há previsão para reabertura das três unidades, uma vez que estão sendo realizados trabalhos emergenciais de esgotamento sanitário.
Antes das enchentes, a Trensurb transportava em média 116 mil passageiros por dia, conectando Porto Alegre a cinco cidades da região metropolitana. Mesmo diante dos danos causados, a empresa anunciou a retomada parcial das operações entre as estações Mathias Velho e Novo Hamburgo, com intervalos de 35 minutos entre as viagens.
A situação das estações de trem em Porto Alegre reflete não só a força avassaladora das enchentes, mas também a resiliência e determinação das equipes de emergência em restabelecer o transporte público fundamental para a comunidade da região metropolitana. A luta por reconstrução e recuperação segue em meio aos desafios impostos pela natureza.