Defensoria Pública de SP solicita entrada como amicus curiae no STF para debater suspensão de resolução sobre aborto legal

A Defensoria Pública de São Paulo apresentou um pedido de ingresso como amicus curiae no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a suspensão de uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringia o aborto legal acima de 22 semanas de gestação. O Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) do órgão destacou dois casos de mulheres que tiveram acesso ao aborto legal dificultado após a edição da norma, alegando que qualquer proibição ou restrição ao direito é ilegal e inconstitucional.

As defensoras públicas que assinaram o pedido de ingresso ressaltaram que muitas vezes mulheres em situação de vulnerabilidade desconhecem os sinais de uma gestação avançada e desconhecem seus direitos legais sobre o aborto. Além disso, o acesso limitado aos serviços que oferecem a interrupção legal da gravidez no Brasil faz com que mulheres vítimas de estupro cheguem aos hospitais quando a gestação já está mais avançada.

A Defensoria Pública defende o acesso universal ao aborto legal, independentemente da idade gestacional, argumentando que forçar as mulheres a manter uma gravidez indesejada é ilegal, inconstitucional e desumano. A decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão de processos judiciais e procedimentos administrativos contra médicos, foi elogiada pela Defensoria, que espera que a ação seja julgada procedente pelo STF.

A discussão sobre a norma do CFM, que vetava a assistolia fetal em casos de aborto legal acima de 22 semanas, também é destacada no pedido da Defensoria. O órgão ressaltou que a assistolia é recomendada pela Organização Mundial da Saúde para garantir a segurança das pacientes e das equipes médicas e evitar complicações no procedimento.

Em suma, a Defensoria Pública de São Paulo busca garantir o acesso ao aborto legal para todas as mulheres, independentemente da idade gestacional, e espera que o STF decida pela legalidade e constitucionalidade do procedimento, garantindo o direito das mulheres a uma escolha reprodutiva segura e livre de discriminação.

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