Repórter São Paulo – SP – Brasil

Antonella faz história ao nascer com DNA de dois pais em dia de resistência contra homofobia e transfobia

No dia 17 de maio, Antonella veio ao mundo, tornando-se o primeiro bebê do Rio Grande do Sul a ter o DNA de seus dois pais, Jarbas e Mikael. Este fato histórico foi possível graças a um tratamento de fertilização in vitro, que contou com uma rede de apoio para acontecer. O gerente comercial Jarbas de Bitencourt, de 48 anos, e seu marido, o fotógrafo Mikael de Bitencourt, de 35, buscavam realizar o sonho da paternidade biológica após uma adoção frustrada. Foi então que a amiga do casal, Jéssica Konig, sugeriu a possibilidade da barriga solidária, algo que eles desconheciam até então.

A partir desse momento, uma série de providências foram tomadas. Mikael contatou suas irmãs, e uma delas, Marrienara Bortolanza, de 22 anos, se ofereceu para ser a doadora de óvulos. Com o sêmen de Jarbas e os óvulos de Marrienara, o embrião foi formado e implantado com sucesso. Jéssica, então, se prontificou a engravidar do filho dos amigos, dando início a essa nova jornada rumo à paternidade.

O aniversário de Antonella, que veio ao mundo em um dia simbólico de luta contra a homofobia e transfobia, sempre será especial para seus pais. Jarbas conta que Mikael sempre teve o desejo de ser pai, motivado por uma relação difícil com seu próprio pai, que não aceitava sua orientação sexual. Já ele próprio descobriu seu anseio pela paternidade após alguns anos de casamento.

Atualmente, a rotina dos dois pais tem sido tranquila, com muita dedicação aos cuidados da pequena Antonella. Eles contam com uma ampla rede de apoio, que inclui familiares envolvidos nos cuidados com a recém-nascida. Para Jarbas, a vinda de Antonella ao mundo em um dia tão significativo representa muito mais do que uma simples coincidência – é um símbolo de resistência e amor em meio a um cenário de preconceito e discriminação.

Assim, a história de Antonella e seus pais serve como um exemplo de superação e inclusão, desafiando estereótipos e promovendo a aceitação da diversidade. Eles celebram não apenas o nascimento da filha, mas também o amor e a união que os mantêm fortes em meio às adversidades.

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