Entretanto, apesar dessa leve redução, persistem preocupações em relação ao ritmo lento do progresso e às desigualdades de gênero nos mercados de trabalho. O documento aponta que o avanço desde 2015 tem sido decepcionante, o que coloca em risco o alcance dos compromissos da Agenda 2030, estabelecida durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada há nove anos.
O relatório intitulado “Emprego Mundial e Perspectivas Sociais: Atualizações de Maio de 2024” destaca ainda que a meta de pobreza para 2030 pode estar fora de alcance devido ao desapontamento em relação ao progresso na redução da informalidade. A OIT aponta que a percentagem de emprego informal, que era de 61,4% em 2005 e diminuiu para 58,4% em 2015, apresenta uma clara desaceleração, estimada em 57,8% para 2024.
No contexto dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, o oitavo envolve a garantia de “emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos”. Apesar do crescimento no número absoluto de trabalhadores em emprego informal, de 1,7 bilhões em 2005 para 2,03 bilhões em 2024, ainda há desafios a serem enfrentados.
A desigualdade de gênero também é um ponto de preocupação destacado no relatório, com as mulheres sendo desproporcionalmente afetadas pela falta de oportunidades, especialmente em países de baixos rendimentos. A disparidade de emprego para mulheres nessas nações chega a 22,8%, enquanto para os homens o índice é de 15,3%.
No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam uma taxa de desemprego de 7,5% no trimestre encerrado em abril, acima do índice global projetado pela OIT para 2024, mas o menor registrado no país desde 2014. A situação evidencia a necessidade de avanços contínuos na busca por oportunidades de trabalho dignas e igualitárias para todos.