Dívida Pública Federal ultrapassa R$ 6,7 trilhões em abril, mesmo abaixo das projeções para 2024.

A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil atingiu um novo recorde em abril, ultrapassando a marca de R$ 6,7 trilhões. De acordo com informações divulgadas pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (29), a DPF aumentou 0,99% em relação a março, passando de R$ 6,638 trilhões para R$ 6,704 trilhões no mês passado.

Mesmo com o crescimento em abril, a DPF permanece abaixo das projeções estabelecidas. Conforme o Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado no final de março, a expectativa é que a dívida encerre o ano de 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) também registrou um aumento de 0,97%, passando de R$ 6,362 trilhões em março para R$ 6,423 trilhões em abril. Esse movimento foi impulsionado pela emissão de R$ 10,18 bilhões em títulos a mais do que resgates, principalmente em papéis corrigidos pela Selic, e pela incorporação de R$ 51,62 bilhões em juros.

A apropriação de juros mensalmente é uma forma do governo reconhecer a correção dos juros sobre os títulos e acrescentar esse valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic em 10,5% ao ano, a apropriação de juros contribui para o aumento do endividamento governamental.

No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) também registrou alta de 1,37% em abril, passando de R$ 276,73 bilhões para R$ 280,51 bilhões. Esse aumento foi influenciado pela valorização do dólar que avançou 3,51% no último mês. No entanto, o vencimento de um título de R$ 6,706 bilhões no mercado internacional amenizou esse crescimento.

Além disso, o colchão da dívida pública, utilizado em momentos de instabilidade financeira, apresentou uma leve oscilação, passando de R$ 887 bilhões em março para R$ 885 bilhões em abril. Atualmente, o colchão cobre 8,35 meses de vencimentos da dívida.

No que diz respeito à composição da dívida, os títulos corrigidos pela Selic ganharam destaque, representando 43,11% da DPF em abril, contra 41,77% em março. Por outro lado, a proporção de títulos prefixados diminuiu de 23,86% para 22,68% no mesmo período. A perspectiva de estabilidade econômica e a expectativa de queda nos juros básicos foram fatores que influenciaram esses movimentos na composição da dívida.

É importante ressaltar que, por meio da emissão de títulos da dívida pública, o governo obtém recursos dos investidores para cumprir suas obrigações financeiras. Em contrapartida, compromete-se a devolver esses recursos em um prazo determinado, com alguma taxa de correção. As instituições financeiras seguem como os principais detentores da Dívida Pública Federal interna, concentrando 29,2% do estoque. No entanto, a participação dos não residentes (estrangeiros) diminuiu em abril, refletindo as turbulências no mercado financeiro global.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo