Câmara aprova projeto que prevê taxação de 20% em compras internacionais de até US$ 50, indústria brasileira se manifesta.

Nesta terça-feira (28), um importante marco foi estabelecido na Câmara dos Deputados, com a aprovação de um projeto que visa a taxação de compras internacionais de até US$ 50. Essa medida, que prevê a cobrança de 20% sobre o valor do produto, foi defendida por associações que representam a indústria brasileira.

A proposta de taxação das compras foi inserida no projeto de lei que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação, de incentivos à indústria automotiva. O setor automobilístico deverá se beneficiar da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, visando estimular a produção de veículos menos poluentes, além de incentivos para investimentos em pesquisas e tecnologias limpas, descarbonização e inovação.

Diversas associações, como a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), enxergam a proposta como um avanço para as empresas nacionais. A Abicalçados ressaltou que o imposto de importação de 20% melhora as condições de isonomia tributária com a indústria nacional, mas ainda não resolve o problema da concorrência desleal no setor.

O presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, alertou para a necessidade de medidas contra as importações feitas por pessoas físicas por plataformas internacionais, a fim de evitar o fechamento de postos de trabalho na indústria nacional. Ele destacou a importância de garantir a igualdade de condições entre produtos importados e nacionais.

A taxação também foi considerada um avanço no debate sobre a isonomia tributária pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Essas entidades enfatizaram a importância de submeter os produtos importados às mesmas regulamentações de qualidade aplicadas à produção nacional.

No entanto, a medida não foi bem recebida por todas as partes. A Shein, uma das principais plataformas de compras internacionais, criticou a taxação, destacando que a mesma impactará a população com menos poder aquisitivo, que busca produtos mais baratos via importação direta. A empresa reafirmou seu compromisso em dialogar com o governo e demais stakeholders para viabilizar o acesso da população, principalmente das classes C, D e E, ao mercado global.

Agora, o projeto de taxação de compras internacionais até US$ 50 segue para apreciação do Senado, onde novos debates deverão ocorrer antes da decisão final sobre a implementação dessa medida.

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