Idoso de 70 anos é morto por policial militar em SP: caso vai para a Justiça comum após decisão da Justiça Militar

Na última semana, a Justiça Militar surpreendeu ao declinar da competência e transferir o acompanhamento do caso da morte de um idoso por um policial militar na zona leste de São Paulo para a Justiça comum. O aposentado Clovis Marcondes de Souza, de 70 anos, foi atingido por um tiro no dia 7 de abril, em uma rua do bairro do Tatuapé, enquanto policiais militares realizavam uma abordagem a uma moto. O disparo foi feito por um dos agentes públicos e atingiu o idoso, que nada tinha a ver com a situação.

Inicialmente tratado como homicídio culposo, o caso foi encaminhado ao Tribunal de Justiça Militar, que chegou a decretar a prisão preventiva do PM responsável pelo disparo acidental. No entanto, após análise mais aprofundada, o próprio TJM identificou indícios de dolo eventual na conduta do policial, o que torna a Justiça Militar incompetente para atuar no processo, que agora será conduzido pela Justiça comum.

O juiz Ronaldo João Roth, responsável pelo caso, classificou sua decisão como de extrema importância e determinou que fosse enviada ao comandante-geral da PM, Cassio Freitas. A revelação feita pela imprensa de que a PM não comunicou a Polícia Civil sobre o ocorrido gerou polêmica e críticas por parte dos delegados, aumentando o mal-estar entre as duas instituições.

Procurada para comentar o episódio, a Secretaria da Segurança Pública, chefiada por Guilherme Derrite, afirmou em nota que, de acordo com o Código Penal Militar, o caso foi registrado junto à Polícia Judiciária Militar, que está conduzindo as investigações e confirmou a prisão em flagrante do policial responsável pelo disparo. A falta de comunicação entre as forças de segurança e a repercussão do caso levantaram questionamentos sobre a transparência e a cooperação entre os órgãos responsáveis pela segurança pública.

Este desdobramento inesperado do caso demonstra a complexidade das relações entre as diferentes esferas de poder no sistema de justiça e segurança pública do país, evidenciando a necessidade de uma atuação mais integrada e transparente para garantir a efetividade das investigações e a justiça para as vítimas e suas famílias.

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