O relatório destacou que a expansão agropecuária foi responsável por 97% do desmatamento no país nos últimos cinco anos, resultando na perda de 8.558.237 hectares de vegetação nativa, equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro. Apesar disso, houve uma queda de 11,6% na área desmatada em 2023, totalizando 1.829.597 hectares suprimidos.
O desmatamento no país teve um aumento de 8,7% no número de alertas, indicando uma mudança na distribuição geográfica do impacto ambiental. O Cerrado se tornou o principal bioma afetado, com 61% da área desmatada, enquanto a Amazônia representou apenas 25% do total. Essa mudança é preocupante, já que o Cerrado é fundamental para questões hídricas devido às bacias que nascem em seu território.
A região do Matopiba, formada pelos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, foi destacada como uma das áreas mais impactadas, respondendo por quase metade de toda a perda de vegetação nativa no país em 2023. O aumento do desmatamento nessa região levanta a necessidade de ações multifacetadas para conter essa degradação ambiental.
No ranking dos estados, o Maranhão liderou em área total suprimida, seguido pela Bahia e Tocantins. Pará e Mato Grosso, históricamente afetados pelo desmatamento, registraram quedas em 2023. Além disso, houve a predominância do desmatamento em formações savânicas em detrimento das florestais, sinalizando uma mudança no padrão de degradação ambiental. O Cerrado também se destacou em alertas de desmatamento, sendo uma área de grande preocupação.
Em suma, o cenário do desmatamento no Brasil em 2023 reflete a urgência de medidas para proteção ambiental e controle do avanço da agropecuária sobre áreas naturais. A preservação do Cerrado e demais biomas se torna essencial para garantir a sustentabilidade e a biodiversidade do país.
