Repórter São Paulo – SP – Brasil

Desastre climático no Rio Grande do Sul: catástrofe histórica deixa milhares desabrigados e levanta questionamentos sobre prevenção e resiliência.

Na última semana, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das piores catástrofes climáticas de sua história. O estado foi atingido por fortes enchentes, resultando em 169 mortes confirmadas e deixando 581 mil pessoas desalojadas. A magnitude do impacto do desastre é evidente, com mais da metade dos bairros de Porto Alegre atingidos pelas cheias.

A topografia de Porto Alegre, com morros que rodeiam áreas planas próximas ao lago Guaíba, contribui para a vulnerabilidade da cidade a inundações. Cinco rios do interior do estado deságuam no Guaíba, que banha a capital e parte da região metropolitana. A urbanização às margens dos rios aumenta a impermeabilização do solo, prejudicando o escoamento da água.

Em 1941, ocorreu a maior enchente da história da cidade, levando à construção de um sistema de proteção, incluindo o muro da Mauá. No entanto, em abril de 2024, as fortes chuvas associadas ao fenômeno El Niño e ao nível elevado do oceano Atlântico resultaram em uma tragédia. A cidade foi pega de surpresa, com o Guaíba ultrapassando recordes de altura.

O sistema de proteção foi sobrecarregado, levando à evacuação de áreas afetadas. A falta de preparo e investimento em medidas preventivas agravou a situação, deixando a população desabrigada e sem acesso a serviços básicos como água potável. A ação coordenada entre órgãos públicos e a sociedade civil foi fundamental para realizar resgates e prestar assistência às vítimas.

Segundo dados do IBGE, áreas de baixa renda foram as mais afetadas, destacando a desigualdade social no enfrentamento de desastres naturais. O momento exige uma reflexão sobre a resiliência a eventos climáticos extremos e a necessidade de investir em infraestrutura e planejamento urbano para aumentar a capacidade de resposta a futuras crises.

A reconstrução do Rio Grande do Sul será um processo longo e desafiador, exigindo medidas imediatas e a implementação de políticas sustentáveis para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro. É fundamental aprender com os erros do passado e fortalecer a capacidade de enfrentamento de desastres naturais, visando a proteção e segurança de toda a população.

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