Congresso restringe “saidinha” de presos do semiaberto apenas para fins educacionais, em votação que derrubou vetos presidenciais.

Na noite de terça-feira (28), o Congresso Nacional tomou uma decisão importante em relação ao benefício da “saidinha” para presos do regime semiaberto. Os parlamentares derrubaram os vetos do presidente ao projeto, restringindo ainda mais as possibilidades dessa concessão. A partir de agora, a “saidinha” só será permitida para fins educacionais, como participação em cursos supletivos profissionalizantes, de ensino médio ou superior.

Essa medida foi apoiada por 314 deputados na Câmara e por 52 senadores no Senado, evidenciando a vontade do legislativo de restringir esse benefício. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia mantido a possibilidade dos presos saírem para visitar a família e participar de atividades sociais, porém, os parlamentares decidiram por restringir essas permissões.

A decisão do governo de vetar parte do projeto foi justificada pelo ministro da Justiça e ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski. Segundo ele, a restrição de visitas às famílias dos presos que já estão no regime semiaberto atentava contra valores fundamentais da Constituição. O uso de tornozeleira eletrônica e a exclusão de condenados por crimes hediondos, com violência ou grave ameaça, também foram mantidos.

Esse projeto, que teve sua origem em 2011, passou por diversas comissões e alterações até ser aprovado em agosto de 2022 na Câmara. No entanto, precisou retornar à Casa em março deste ano após alterações no Senado. O texto final permitirá as saídas temporárias apenas para a realização de cursos, o que foi considerado bastante rigoroso pelo autor original do projeto, deputado Pedro Paulo.

A decisão do Congresso em restringir o benefício da “saidinha” reflete as preocupações crescentes com a segurança pública e a violência no país. Essa medida também foi tomada em um contexto de queda na popularidade do presidente Lula, demonstrando a sensibilidade política envolvida nessa questão. O debate sobre os direitos dos presos e a segurança da sociedade continua em pauta, com diferentes visões e interesses em jogo.

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