A delação de Lessa foi exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (26/05). Ele está preso desde março de 2019, quando foi acusado de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Em sua delação, Lessa revelou que o assassinato de Marielle foi encomendado por pessoas interessadas na regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, visando lucrar com especulação imobiliária.
O ex-policial militar afirmou que Marielle convocou diversas reuniões com lideranças comunitárias para discutir a expansão da milícia na região e que isso incomodou os mandantes do assassinato. Segundo Lessa, Chiquinho e Domingos Brazão teriam planejado o assassinato de Marielle como forma de eliminar a vereadora do caminho e facilitar seus interesses no negócio imobiliário.
Além disso, Ronnie Lessa revelou detalhes sobre o empreendimento que estaria envolvido, estimando que poderia render até R$ 100 milhões. Ele também afirmou que teve reuniões com os irmãos Brazão para planejar o crime, mas a Polícia Federal não conseguiu confirmar os encontros.
Chiquinho Brazão é deputado federal pelo Rio de Janeiro e Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ambos foram presos em março deste ano no âmbito da Operação Murder Inc, da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República já ofereceu denúncia contra os irmãos Brazão pelos crimes de homicídio e organização criminosa.
O procurador-geral Paulo Gonet solicitou ao STF uma definição de valor de indenização para os familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes. Além dos Brazão, outras pessoas foram denunciadas no caso, como o delegado Rivaldo Barbosa e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira, acusados de participação no crime. A investigação continua em andamento para esclarecer todos os detalhes desse caso que chocou o país.
