Ex-policial militar revela plano de milionário acordo para assassinar Marielle Franco em delação premiada

O ex-policial militar Ronnie Lessa fechou um acordo de delação premiada revelando detalhes chocantes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. Em um vídeo obtido pela TV Globo e exibido no Fantástico, Lessa confessou que foi contratado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão para matar Marielle e receberia uma quantia de US$ 10 milhões pela execução do crime.

Segundo Lessa, a proposta não era apenas para cometer um assassinato, mas sim para se tornar sócio dos irmãos em dois loteamentos clandestinos na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele afirmou que o lucro desses loteamentos totalizaria cerca de R$ 100 milhões, resultando em uma quantia expressiva em dólares.

O ex-PM explicou que a parceria também envolvia a criação de uma nova milícia, que exploraria diversos serviços ilegais na região. Além disso, os irmãos Brazão estavam interessados nos reflexos políticos desse empreendimento, vislumbrando a influência da milícia na política local.

Lessa revelou que os mandantes do crime eram os próprios irmãos Brazão, que estavam planejando o assassinato de Marielle devido às suas ações na região. Inicialmente, os criminosos tinham como alvo outros políticos do PSOL, como Marcelo Freixo, mas acabaram escolhendo Marielle como vítima.

O plano de execução da vereadora teria sido arquitetado pelo então diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, que teria aderido ao crime antes mesmo de Lessa e seu comparsa Macalé. Rivaldo teria feito exigências específicas, como evitar que o crime fosse considerado político, com o intuito de manter as investigações sob seu controle.

O assassinato de Marielle Franco ocorreu em março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. A vereadora foi atacada a tiros enquanto retornava de um encontro com mulheres negras na Lapa. Seu motorista, Anderson Gomes, também foi morto no ataque. Os suspeitos negam envolvimento no crime, enquanto os irmãos Brazão e Rivaldo estão presos aguardando o desenrolar das investigações.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo