Principal suspeito do assassinato de indígena do povo Xokleng é preso em Santa Catarina após investigações da Polícia Federal.

Na manhã desta sexta-feira (24), a Polícia Federal prendeu o principal suspeito do assassinato do indígena Hariel Paliano, de 26 anos, encontrado morto com sinais de espancamento e queimaduras às margens da rodovia que liga os municípios de Doutor Pedrinho e Itaiópolis, em Santa Catarina. A prisão ocorreu na cidade de Xanxerê e foi resultado de um inquérito instaurado pela PF, que colheu indícios que indicam a autoria do crime durante buscas realizadas recentemente.

A Justiça decretou a prisão temporária do investigado por 30 dias, período em que a polícia continuará as investigações para esclarecer as circunstâncias da morte de Hariel. O crime ocorreu a 300 metros de sua casa, na aldeia Kakupli, onde ele vivia com a mãe e o padrasto, líder do povo Xokleng. O local já havia sido alvo de tiros no dia 4 de abril, fato que também está sendo investigado pela PF.

A Terra Indígena Ibirama La Klaño, onde se localiza a aldeia, é habitada por indígenas das etnias Xokleng, Guarani e Kaingang, à qual Hariel pertencia. A região tem sido palco de disputas territoriais, especialmente após a decisão do STF que considerou inconstitucional a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas.

O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei validando o marco temporal, intensificando os conflitos na região, conforme relatos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ainda há ações pendentes no STF sobre o tema, com o ministro Gilmar Mendes determinando a realização de conciliação nas ações que tratam da validade do marco temporal.

O caso de Hariel Paliano é mais um triste episódio de violência contra indígenas no Brasil, levantando questões sobre a proteção e garantia dos direitos dessas populações vulneráveis. Espera-se que as investigações em andamento possam esclarecer os motivos e responsáveis por mais essa tragédia.

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