A história de Tatiana Martins de Oliveira é um exemplo marcante desse movimento. Após pedir demissão de seu emprego em um hotel em Belém, Tatiana desembarcou em Florianópolis com a intenção de passar alguns dias de férias na casa de uma amiga. Porém, a oferta de emprego em um supermercado na capital catarinense a fez mudar de planos. Atualmente, ela comanda a equipe do primeiro restaurante paraense em Florianópolis, onde foi promovida a gerente.
Segundo a pesquisadora Andréa Bittencourt Pires Chaves, muitos paraenses têm migrado para Santa Catarina em busca de trabalho assalariado e melhores condições de vida, diante da realidade de falta de empregos e deficiências nos serviços públicos básicos no Pará. Rachel Oliveira e Pablo Bismark são exemplos desse movimento, tendo saído de Belém para trabalhar em uma empresa de tecnologia em Santa Catarina.
O casal destaca as oportunidades, a segurança e as chances de trabalho como fatores motivadores para a mudança. Outros migrantes, como Vitor William Serrão da Silva e Adriano Ribeiro, também encontraram em Santa Catarina uma nova perspectiva de vida e trabalho. A oferta de vagas no setor de serviços, com salários atrativos e carteira assinada, tem sido um atrativo para os paraenses que buscam novas oportunidades.
O movimento migratório não se limita apenas à busca por trabalho, mas também envolve a conexão com a cultura e a culinária paraense. Em Florianópolis, o restaurante de Tatiana atrai tanto os paraenses residentes quanto os “manezinhos” locais, que desejam provar sabores típicos do Pará, como açaí, tacacá, camarão e farinha.
Esse fluxo migratório tem sido tão expressivo que ruas inteiras fretam ônibus para partir rumo a Santa Catarina, em busca de novas oportunidades e uma melhor qualidade de vida. Com a abertura de espaços de interação e compartilhamento na internet, a comunidade paraense em Santa Catarina fortalece seu vínculo e troca de experiências, contribuindo para a integração e o sucesso dos migrantes nesse novo cenário.
