Ex-presidente colombiano Álvaro Uribe é formalmente acusado de adulteração de testemunhas e suborno, enfrentando até 12 anos de prisão.

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe recebeu na última sexta-feira, 24, uma acusação formal por suspeita de adulteração de testemunhas e suborno. A investigação está relacionada aos seus esforços para desacreditar um adversário político que estava investigando os laços familiares de Uribe com grupos paramilitares de direita. Em caso de condenação, Uribe pode enfrentar até 12 anos de prisão.

O caso teve início em 2012, quando Uribe apresentou uma queixa no Supremo Tribunal contra o legislador de esquerda Iván Cepeda por difamação. Em 2018, o Supremo Tribunal encerrou a investigação contra Cepeda e abriu uma nova investigação contra Uribe, que na época era senador, por fraude e manipulação de testemunhas.

O ex-presidente, que governou a Colômbia de 2002 a 2010, negou qualquer irregularidade e alegou que se trata de uma “vingança política” por parte da Procuradoria-Geral da Colômbia. Conversas telefônicas gravadas mostram Uribe discutindo estratégias com seus advogados para tentar influenciar o testemunho de ex-paramilitares que iriam depor contra ele. Uribe alegou que suas conversas foram interceptadas ilegalmente.

O contexto político na Colômbia está polarizado, especialmente com a eleição em 2022 de Gustavo Petro, um crítico de Uribe e ex-rebelde de esquerda, como presidente. Uribe é um dos líderes políticos mais influentes da história recente do país, tendo liderado a campanha contra o acordo de paz com os rebeldes em 2016.

O ex-presidente sempre enfrentou acusações de ligações com cartéis de droga e paramilitares. Desde a década de 1980, quando era diretor da agência de aviação civil, Uribe foi acusado de conceder licenças aéreas a traficantes de drogas. Mensagens do Departamento de Estado dos EUA revelaram ligações do político com cartéis, complicando o trabalho do sistema judicial colombiano.

A audiência de sexta-feira foi realizada por videoconferência e Uribe teve uma participação limitada, deixando a maior parte da fala para seu advogado. O procurador-chefe afirmou que Uribe abusou de sua posição para manipular testemunhas. Em 2020, Uribe chegou a ficar em prisão domiciliar preventiva, mas foi libertado após renunciar ao cargo no Senado. O caso agora está sob responsabilidade do Ministério Público.

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