Rockström, de 58 anos, ressaltou a importância de olhar para o panorama de forma mais ampla, considerando que, apesar da estridência dos movimentos negacionistas, há indícios de que a sociedade está avançando rumo a uma transição para energias mais limpas. Ele acredita que a reação virulenta desses grupos é um reflexo do desespero dos interesses que ainda sustentam a indústria de combustíveis fósseis, diante do avanço das energias renováveis em todo o mundo.
Além disso, Johan Rockström tem se dedicado a formular os chamados limites do sistema Terra, que estabelecem parâmetros essenciais para a sobrevivência tanto das sociedades humanas quanto do restante dos seres vivos no planeta. O cientista sueco ressaltou a importância de considerar não apenas limites seguros, mas também justos, buscando uma distribuição equitativa dos recursos disponíveis.
Em relação à situação política global e a ascensão da extrema direita, Rockström reconhece a complexidade do cenário, mas ressalta que a atual onda negacionista não é necessariamente pior do que a observada há décadas. Ele acredita que os avanços na transição energética, aliados às evidências cada vez mais claras dos impactos das mudanças climáticas, vão contribuir para reverter esse quadro.
Mesmo diante da derrota na proposta para definir uma nova época geológica, o Antropoceno, Johan Rockström mantém a esperança de que a conscientização sobre a urgência das questões ambientais continue crescendo. Ele defende uma redefinição do modelo econômico, que respeite os limites planetários e promova um desenvolvimento mais sustentável e equitativo.
