Senador critica decisões do STF e acusa corte de agir como ditadura da toga, em pronunciamento no Senado.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez duras críticas em seu pronunciamento nesta sexta-feira (24) às decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que beneficiaram figuras envolvidas em casos de corrupção, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da empreiteira Odebrecht Marcelo Odebrecht, ambos condenados na Operação Lava Jato. Girão acusou o STF de agir como um protagonista no cenário político nacional e enfatizou que a reputação do Brasil no cenário internacional está sendo comprometida.

De acordo com o senador, as decisões do STF representam uma inversão de prioridades e valores, pois acabam favorecendo pessoas e empresas envolvidas em atos de corrupção e lavagem de dinheiro, enquanto desmerecem o esforço da Lava Jato em combater a corrupção no país. Girão ressaltou que tais decisões foram proferidas no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o senador Sérgio Moro em um processo de cassação de mandato, evidenciando uma estratégia articulada.

O senador criticou veementemente a atuação do STF no julgamento dos acusados pela invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília, em janeiro de 2023, argumentando que os réus não possuem foro privilegiado e não deveriam ter sido julgados pela Corte Suprema. Ele ressaltou a importância de punir os responsáveis pela violência, mas contestou a alegação de tentativa de golpe de Estado, considerando o evento uma manifestação pacífica.

Girão concluiu seu discurso alertando para a gravidade das injustiças presentes no sistema judicial brasileiro e a necessidade de reestabelecer a confiança da sociedade nas instituições. Para ele, as recentes decisões do STF apenas contribuem para minar essa confiança e promover a impunidade no país. A postura crítica e incisiva do senador reflete a crescente preocupação de setores da sociedade em relação à atuação do Judiciário e a necessidade de reformas no sistema jurídico brasileiro.

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