Morro da Cruz, zona leste de Porto Alegre, enfrenta desafios após enchentes: superlotação, falta de água e alimentos, e mobilização comunitária

O Morro da Cruz, localizado na zona leste de Porto Alegre, não foi diretamente afetado pelas recentes enchentes que atingiram a região, no entanto, a rotina de aproximadamente 35 mil moradores foi drasticamente alterada. Segundo relatos dos próprios residentes, as casas estão superlotadas e há dificuldades no acesso a água potável e alimentos.

Um exemplo dessa nova realidade é o caso do pastor Sandro Pedroso, de 38 anos, que vive com a esposa, dois filhos, a sogra e o cunhado em uma casa de apenas quatro cômodos. Eles precisaram deixar o bairro Mathias Velho, em Canoas, na região metropolitana, devido às inundações e se abrigaram temporariamente na casa da sogra no Morro da Cruz. Sandro expressa sua preocupação com o futuro e aguarda ansiosamente que as águas baixem para que a vida possa voltar ao normal.

O líder comunitário Michel Couto, de 38 anos, também destaca a nova realidade nessas áreas afetadas. Ele ressalta a dificuldade das famílias que receberam parentes desabrigados e a importância de investimentos em infraestrutura e no apoio à saúde mental dos moradores das periferias. Michel e Sandro lideram uma equipe de voluntários que prestam atendimento diário na Comunidade Nova Canaã, oferecendo não apenas recursos materiais, mas também apoio emocional aos que foram afetados pelas inundações.

A falta de água potável é uma das principais dificuldades enfrentadas, com relatos de interrupções no abastecimento que chegam a durar dias. O Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto) informa que está fornecendo água por meio de caminhões-pipa para as áreas periféricas atingidas. Além disso, diversas iniciativas de arrecadação e distribuição de doações estão sendo realizadas para ajudar os desabrigados e os moradores afetados.

A Prefeitura de Porto Alegre anunciou medidas de auxílio às famílias atingidas, incluindo reajuste no Estadia Solidária e flexibilização nas normas de acesso ao bônus-moradia. No entanto, a falta de investimentos em prevenção de desastres nos anos anteriores foi destacada pela Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, ressaltando a importância de programas habitacionais para as famílias mais vulneráveis em situações de catástrofe natural.

Portanto, a reconstrução e o apoio às comunidades afetadas pelas enchentes continuam sendo urgentes e necessários para a recuperação dessas regiões atingidas e o bem-estar dos moradores.

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