Segundo informações de pessoas que trabalham nos abrigos, as facções chegaram a determinar quais salas pertenciam a certos grupos e pessoas, buscando controlar até mesmo a distribuição de comida nos abrigos. Esse comportamento evidencia o poder das facções criminosas nas comunidades, destacando a importância da presença do poder público e da polícia para evitar a dominância desses grupos em situações de crise.
Apesar do controle inicial das facções nos abrigos, a situação foi logo revertida, com a redistribuição dos abrigados em alojamentos menores, limitando a ocupação a até 120 pessoas e descentralizando o poder das facções. Paralelamente, foram registrados casos de crimes relacionados às enchentes, como furtos e roubos, especialmente em lojas próximas ao aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Além disso, a violência nos abrigos se tornou uma preocupação real, com relatos de abusos, agressões e casos de violência doméstica. O poder público precisou agir, inaugurando alojamentos exclusivos para mulheres e crianças, e realizando prisões de indivíduos envolvidos em crimes sexuais e agressões dentro dos abrigos. A presença das facções nos abrigos também gerou tensão e conflitos, evidenciando a necessidade de medidas de segurança e controle por parte das autoridades.
Diante da crise e do potencial aumento da criminalidade, as autoridades adotaram estratégias para conter a atuação das facções e evitar uma escalada de crimes. Operações policiais foram realizadas para apreensão de armamentos e drogas das facções, visando enfraquecer esses grupos e prevenir ações criminosas. A preocupação com o aumento de roubos e furtos após as enchentes levou a um reforço no policiamento e na vigilância das áreas afetadas.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, assegurou que a polícia atuará com força máxima e tolerância zero diante da criminalidade, dando especial atenção às “cidades temporárias” para evitar a presença do crime organizado e garantir a segurança dos desabrigados. A população, ainda abalada pela crise, espera ações efetivas das autoridades para garantir a tranquilidade e a ordem nas áreas afetadas pelas enchentes.