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Escola Estadual de São Paulo: abandono, descaso e risco iminente para alunos em prédio histórico da capital paulista.

Em uma caminhada pelas ruas da região central de São Paulo, mais precisamente pelo bairro do Brás, é possível encontrar um cenário desolador. Mato alto, muito lixo, cheiro forte de urina, moradores de rua e consumo de entorpecentes compõem a rotina diária de parte dos alunos da Escola Estadual de São Paulo.

Fundada em 1894, a instituição de ensino outrora considerada uma elite das escolas públicas paulistas, passou por diversas mudanças de endereço e nome até chegar à sua denominação atual. Nomes ilustres como Cásper Líbero, Paulo Setúbal e o ator Francisco Cuoco frequentaram a escola, que hoje se encontra em grande parte em ruínas.

O projeto arquitetônico da escola, datado da década de 1950 e considerado inovador para a época, é objeto de estudo em cursos de arquitetura em universidades brasileiras. Projetada pelos renomados arquitetos Rubens Cardieri e Rubens F. Azevedo, a escola foi construída em 1958 e fazia parte dos projetos de modernização do parque D. Pedro II daquela época.

No entanto, atualmente, a escola parece ter sido esquecida pelo tempo. Reformada em 2019 pelo governo estadual, parte das salas de aula foi desativada e o estado de conservação das instalações é precário. O local se encontra tomado pelo lixo, com mato alto, grades derrubadas e pessoas consumindo drogas livremente nas proximidades das salas de aula.

O número de alunos matriculados na escola é significativamente inferior à capacidade do prédio, que poderia receber até 3000 alunos em três turnos, mas atualmente recebe apenas pouco mais de 200 em turno único. Enquanto isso, o governo estadual corre para aprovar um projeto de escolas cívico-militares, deixando de lado a necessidade de manter uma escola histórica em pleno funcionamento.

Consultada sobre a situação, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo se manifestou informando sobre as obras de revitalização em andamento na escola, com investimento de mais de R$ 520 mil. Além disso, garantiram a manutenção do prédio com um repasse de R$ 100 mil, vigilância 24 horas e apoio da Ronda Escolar.

No entanto, enquanto as obras se desenrolam, a Escola Estadual de São Paulo permanece em um estado de abandono e descaso, contrastando com sua rica história e relevância para a educação pública no estado de São Paulo. É urgente que medidas efetivas sejam tomadas para preservar esse patrimônio educacional e garantir um ambiente seguro e adequado para os alunos.

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