Enchentes em Porto Alegre: Prefeitura se defende de acusações de negligência diante de chuvas intensas e recordes de volume

A cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, viveu um dia de caos devido ao grande volume de chuva que caiu sobre a região. Prevista desde segunda-feira, a precipitação intensa causou inúmeros transtornos, incluindo pontos de alagamento, caminhões e barcos retirando pessoas de áreas isoladas pela água. Em apenas 12 horas, a capital gaúcha registrou 100 milímetros de chuva, equivalente à média histórica de todo o mês de maio.

A reportagem da BBC News Brasil percorreu diversas regiões da cidade, testemunhando os estragos causados pela chuva. Vias importantes como as avenidas Ipiranga, Bento Gonçalves, Goethe e Silva Só ficaram inundadas, assim como o arroio Dilúvio, que apresentava um nível incomum de água.

O prefeito Sebastião Melo (MDB) teve que suspender as aulas na rede pública e privada e determinou o fechamento das comportas do sistema de contenção do Guaíba. A prefeitura foi duramente questionada sobre possíveis medidas preventivas diante da previsão de chuvas, sendo acusada de negligência e omissão.

No entanto, Melo defendeu-se em uma coletiva de imprensa, alegando que a prefeitura não foi pega de surpresa e tomou decisões assim que a chuva começou. Ele afirmou que o volume de água foi além do esperado e que o sistema de proteção não entrou em colapso.

Além disso, surgiram denúncias de possível negligência por parte da prefeitura em relação ao sistema de proteção contra enchentes, o que motivou um pedido de investigação ao Ministério Público. Os documentos do Departamento Municipal de Água e Esgotos indicavam falhas no sistema, questionando a falta de manutenção e investimentos.

A cidade enfrentou um recorde de volume de chuva em maio, com 461 mm registrados, o maior desde 1916. Com áreas alagadas, ruas bloqueadas e a população sofrendo com os impactos, a situação em Porto Alegre evidenciou a fragilidade da cidade diante de eventos climáticos extremos. A prefeitura prometeu reforçar as ações de limpeza e contenção, mas a população segue apreensiva diante da possibilidade de novas enchentes.

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