Crianças e adolescentes são maioria entre os não vacinados contra a covid-19, revela pesquisa do IBGE divulgada nesta sexta-feira

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: covid-19, divulgada nesta sexta-feira (24/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe importantes dados sobre a vacinação contra a covid-19 no Brasil. O estudo revelou que crianças e adolescentes estão entre os grupos com maior índice de não vacinados, sendo que 14,8% dos indivíduos entre 5 e 17 anos não haviam recebido nenhuma dose da vacina até o momento da pesquisa.

O principal motivo apontado pelos pais e responsáveis para não vacinarem seus filhos nessa faixa etária foi o medo de reações adversas, representando 39,4% das respostas. Outros motivos incluíram a crença na imunidade natural, desconfiança na vacina, ordem de profissionais de saúde e falta da vacina desejada disponível.

A pesquisa foi conduzida no primeiro semestre de 2023, abrangendo 210 mil domicílios em todo o país e contando com a participação de 200,5 milhões de pessoas. Entre os adultos, o negacionismo em relação à eficácia da vacina foi prevalente, com 36% dos não vacinados alegando desconfiança na imunização. Além disso, o estudo apontou que 11,2 milhões de pessoas (5,5% do total) optaram por não receber nenhuma dose da vacina no país.

A região Norte do Brasil foi a que concentrou o maior número de não vacinados, seguida pelo Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Sudeste. Entre os motivos para esquemas vacinais incompletos, a pesquisa destacou o esquecimento ou falta de tempo nas regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, enquanto a percepção de que a vacina não era necessária foi mais frequente na região Sul.

Especialistas ouvidos pela pesquisa reforçaram a importância da vacinação em crianças, destacando que a covid-19 vem se tornando uma “doença pediátrica” com um número significativo de casos graves nessa faixa etária. A baixa cobertura vacinal em crianças e adolescentes estava associada à persistência da mortalidade nessas faixas etárias, com dados indicando que três crianças ou adolescentes morriam a cada quatro dias no país em decorrência da covid-19.

Diante desses números alarmantes, a inclusão das vacinas para crianças nas campanhas de imunização do governo federal foi fundamental para combater a propagação da doença. Os desafios enfrentados, como a desinformação e os obstáculos encontrados, ressaltam a importância de campanhas educativas e da disseminação de informações corretas sobre a vacinação contra a covid-19.

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