A primeira captação soberana sustentável foi feita em novembro passado. Dias depois daquela emissão, fontes do governo informaram que a próxima emissão deste tipo deveria ocorrer a partir de maio de 2024, de acordo com informações obtidas em tempo real pelo sistema de notícias Broadcast, do Grupo Estado.
A estreia da emissão sustentável pelo Brasil foi considerada um sucesso pela equipe econômica, demonstrando que as taxas obtidas com a operação ficaram muito próximas das alcançadas por países que são classificados como grau de investimento. Além disso, a demanda foi três vezes superior à oferta.
Com a finalização do documento, o governo abre o caminho para realizar uma nova emissão no formato ligado a padrões ambientais, sociais e de governança, conhecidos pela sigla em inglês ESG, que vem sendo muito procurada por investidores principalmente da Europa e Estados Unidos. Na primeira rodada brasileira, essas regiões foram responsáveis por 75% das compras dos títulos nacionais.
Esse “roteiro” é importante para que o interessado veja se os papéis domésticos estão alinhados com seu objetivo de portfólio. “O que o Brasil fez é raro. Lançamos uma âncora nova e pretendemos continuar a fazer isso sempre, às vésperas de cada emissão”, disse uma fonte.
O documento lançado nesta sexta-feira define que uma fatia de 50% a 60% dos recursos da próxima emissão serão associados a despesas ambientais e outra de 40% a 50% a despesas sociais, seguindo os mesmos intervalos indicados para o título de estreia.
A composição pode variar dependendo do valor final captado, mas o limite inferior para as despesas ambientais deve ser considerado um piso. Para prever essa alocação indicativa, o CFSS considerou as programações orçamentárias elegíveis conforme o Arcabouço, levando em conta o Orçamento Geral da União deste ano e estimativas futuras.
Além disso, o Brasil foi premiado no 9º Climate Bonds Awards na categoria Maior Esforço em Política de Transição Integrada, reforçando o compromisso do País em alinhar suas políticas econômicas, ambientais e sociais. Este é o terceiro prêmio recebido pelo Brasil relacionado aos títulos soberanos sustentáveis. Em abril, a emissão ESG realizada em 2023 recebeu os prêmios “Latin American ESG Deal of the Year” e “Sustainable Debt Awards 2024”.