A luta dos pescadores da lagoa dos Patos: barcos abandonados se tornam moradia e comunidades tradicionais resistem à enchente

Os pescadores da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, enfrentam uma situação delicada desde junho do ano passado. A principal atividade econômica da região, a pesca de linguado, tainha e camarão, está parada devido às enchentes que afetaram as casas e comunidades tradicionais. Com as moradias alagadas, alguns pescadores optaram por ficar nos barcos, enquanto outros estão acampados em barracas nas áreas mais altas dos povoados.

A presidente do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Estado do Rio Grande do Sul, Viviane Machado Alves, está acampada na Ilha dos Marinheiros e tem usado o barco para distribuir água potável, alimentos e produtos de higiene para outras comunidades. A falta de acesso a serviços públicos e assistência social tem sido um desafio para os moradores, que também tiveram seus equipamentos de pesca danificados pelas enchentes.

A suspensão da pesca artesanal durante o defeso, época de reprodução das espécies, somada à decisão do governo federal de proibir a pesca em área marítima, agravaram a situação dos pescadores. Mesmo com relatórios técnicos apontando para as dificuldades na região, o Ministério da Pesca e da Aquicultura ainda não criou um plano de proteção aos pescadores afetados. A FURG tem auxiliado as comunidades locais a lidarem com as demandas decorrentes das enchentes.

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, reconhece a dificuldade enfrentada pela Colônia Z3 e destaca a falta de vagas no abrigo local. A Prefeitura de Rio Grande informou que realizou a entrega de cestas básicas e equipes de saúde realizaram visitas às localidades afetadas. A Marinha e o Exército também prestaram assistência, incluindo resgates com helicópteros na Ilha dos Marinheiros.

A situação dos pescadores da Lagoa dos Patos evidencia a necessidade de ações integradas e apoio do poder público para garantir o sustento e a segurança dessas comunidades afetadas pelas enchentes na região. A mobilização das entidades representativas e a solidariedade entre os moradores são fundamentais para enfrentar os desafios decorrentes desse desastre natural.

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