Edita de câmeras corporais da Polícia Militar passa por mudanças significativas, exigindo acionamento manual pelos policiais e controle remoto pela central.

A gestão de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, lançou um novo edital para a aquisição de 12 mil câmeras para a Polícia Militar. Esse novo modelo de câmeras traz mudanças significativas em relação ao sistema atualmente em vigor, principalmente na forma como a gravação é feita.

Segundo especialistas em segurança pública consultados pela reportagem, esse novo modelo pode trazer prejuízos para futuras investigações, uma vez que deixa nas mãos dos policiais a responsabilidade de ligar o equipamento. Atualmente, a corporação conta com pouco mais de 10 mil câmeras que gravam de forma ininterrupta, não exigindo que o policial ligue o equipamento, apenas acionando um dispositivo para melhorar imagem e áudio.

Com a mudança proposta, caberá ao policial acionar a câmera para iniciar a gravação. Além disso, uma central também poderá fazer o acionamento remotamente caso perceba que o policial na rua não ligou o equipamento. A Secretaria da Segurança Pública, chefiada por Guilherme Derrite, confirmou a alteração no sistema de gravação, alegando problemas como falta de bateria nos equipamentos e alto custo de armazenamento.

O novo modelo de câmeras contará com funcionalidades adicionais, como reconhecimento facial e de placas de veículos furtados ou roubados, que não existem nas câmeras atuais. No entanto, críticos apontam que essa sobrecarga de funcionalidades pode comprometer a eficácia do equipamento como ferramenta de compliance da gestão da atividade policial.

Além disso, o prazo para a sessão pública do edital, marcada para 10 de junho, levanta preocupações sobre a possibilidade de atrasos e interrupções no serviço prestado pelas câmeras corporais. A renovação dos contratos atuais até que a nova licitação seja concluída é uma das medidas adotadas para garantir a continuidade do serviço.

Com esse novo edital, o estado pretende ampliar a cobertura atual das câmeras corporais e expandir o uso da tecnologia para outros comandos de policiamento. No entanto, a complexidade do processo e os potenciais desafios futuros levantam questionamentos sobre a eficácia e continuidade do uso dessas câmeras no trabalho policial.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo