A falta de monitoramento em tempo real pode retardar a emissão de avisos às autoridades e à população em geral, o que se mostrou crucial durante as enchentes no Rio Grande do Sul. A demora em obter informações sobre os afluentes dos principais rios compromete a agilidade na identificação de áreas sob risco de alagamento, especialmente em cidades do interior, onde o impacto das cheias muitas vezes só é percebido quando já é tarde demais.
Atualmente, o Cemaden possui uma rede própria de 2.600 equipamentos que monitoram 1.133 municípios em todo o país. No entanto, para aprimorar o monitoramento, o órgão também conta com informações de outras entidades interligadas em rede, como o Serviço Geológico Brasileiro, o Instituto Nacional de Meteorologia e a Agência Nacional de Águas.
Leandro Casagrande, engenheiro responsável pelo monitoramento hidrológico do Cemaden, destaca a importância da colaboração entre os diferentes órgãos para a prevenção de eventos climáticos extremos. Ele reconhece a necessidade de aperfeiçoamento do sistema, tanto com o aumento de informações em tempo real quanto com uma maior atenção às bacias menores, que podem representar um risco significativo para a população em caso de enchentes.
Além do sistema nacional, estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo contam com redes estaduais de monitoramento, reforçando a importância do monitoramento e da prevenção em diferentes níveis. A adaptação e aprimoramento contínuo dos sistemas de monitoramento são fundamentais para garantir a segurança das populações em áreas vulneráveis a desastres naturais.