Desde que assumiu o poder, Milei havia prometido acabar com a interferência do governo nos meios de comunicação públicos. A Agência Telám, o principal veículo de comunicação público do país, já estava fora do ar desde março, quando os funcionários foram dispensados. O governo justificou a ação alegando uma reorganização interna para melhorar a produção e difusão de conteúdo.
Entretanto, o Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBa) rejeitou a medida e acusou o governo de estar desrespeitando o Senado argentino ao intervir nos meios públicos de comunicação. O comunicado oficial das mídias afetadas afirmou que a decisão de pausar temporariamente os canais digitais de comunicação tinha como objetivo unificar critérios de difusão nas redes sociais e prometeu reiniciar a comunicação digital após a reorganização interna das empresas.
A mídia pública na Argentina tem sido alvo de críticas por supostamente favorecer adversários políticos de Milei. Além disso, o governo argentino também tem planejado a privatização de algumas dessas companhias. O modelo europeu de mídia pública, adotado na Argentina e em outros países da América Latina, tem como propósito oferecer à população um conteúdo que não seria disponibilizado pela mídia privada, devido aos interesses comerciais.
No Brasil, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil, administra os veículos públicos federais do país, seguindo o princípio da complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal de comunicação estabelecido pela Constituição Federal. A EBC gerencia a TV Brasil e diversas rádios, como a Nacional e Nacional da Amazônia.