Balonê está de volta aos armários das fashionistas: veja como usar essa tendência dos anos 2000 com estilo e personalidade

Na última semana, durante minha navegada sem rumo pelo feed do Instagram, me deparei com uma postagem intrigante de uma renomada revista feminina. A chamada em destaque anunciava: “o balonê voltou. A saia curtinha invadiu o look das fashionistas. Veja 6 jeitos de usar”. A frase estava estrategicamente posicionada acima da foto de uma modelo esguia, ostentando a referida saia. Na legenda, o reforço da tendência que aparentemente ressurgiu com força total: “o elemento volumoso retorna diretamente dos anos 2000 para transformar o guarda-roupa das garotas românticas”.

Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, o balonê se refere a roupas que possuem um volume arredondado, com a parte de baixo do tecido virada para dentro, criando um efeito “abalado”, semelhante ao das mangas bufantes. Essa modelagem, que ganhou destaque nos anos 1980, passou por um período de má fama na moda e teve um breve retorno nos anos 2000, mas continua sendo considerada de “gosto duvidoso”.

Ao me deparar com essa publicação, imediatamente me remeti à minha própria experiência com o balonê. Sou uma entusiasta de cores, formas e modelagens excêntricas, o que me levou a adquirir um shorts balonê de segunda mão por volta de 2010, peça que até hoje permanece em meu guarda-roupa. A lembrança da estranheza e dos olhares curiosos direcionados ao meu shorts fofinho veio à tona ao ver a tendência sendo anunciada como um retorno triunfal.

O post me fez refletir sobre a tentativa de tornar mainstream uma tendência que, na realidade, é adotada apenas por uma “elite” da moda, que dita as regras e lucra com elas. A indústria da moda sempre se pautou em gerar desejos, muitas vezes questionáveis, para impulsionar o consumo, e com a ascensão das redes sociais e o boom das marcas de fast fashion, a proliferação de tendências atingiu um ritmo frenético.

As tendências atuais abordam temas cada vez mais esdrúxulos, com nomes como tomato girl, normcore, cottage norm e mob wife, empacotando atitudes e estilos que já existem há tempos, porém são repaginados e amplificados nas redes sociais para gerar desejo e, provavelmente, frustração.

Em tempos em que as tendências surgem mais dos publiposts do que das ruas, sinto falta da autenticidade e da inspiração genuína que costumavam influenciar a moda. Acredito que a verdadeira inovação e estilo residem na originalidade e na diversidade das ruas, e não na imposição de modismos virtuais.

Portanto, diante desse cenário de efemeridade e superficalidade nas tendências, é importante refletir sobre nosso real estilo, preferências e autenticidade, fugindo da pressão do consumo desenfreado ditado pelas redes sociais e marcas. A moda vai e vem, mas o verdadeiro estilo é atemporal e único.

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