Tragédia em Estrela: mãe e filho retornam para ‘lar fantasma’ após enchente devastadora no interior do Rio Grande do Sul

No último domingo, mãe e filho acordaram com uma ansiedade palpável. Após tomarem o café da manhã distribuído por voluntários no abrigo da Paróquia São Cristóvão, em Estrela, no interior do Rio Grande do Sul, eles se prepararam para uma jornada emocional e desafiadora. Odila dos Santos, 68 anos, e Elizandro dos Santos, 32 anos, enfrentaram o desafio de visitar o que restou de seu lar após as devastadoras inundações que assolaram a região.

Para essa mãe e filho, a viagem de pouco mais de 10 minutos de carro não era apenas física, era também uma jornada mental e emocional. Adiaram esse reencontro com seu passado desde que as águas do Rio Taquari se retiraram. O domingo em questão foi marcado como o dia em que finalmente reuniriam coragem para testemunhar a destruição que havia tomado conta do lar que construíram ao longo de 30 anos.

As inundações que atingiram o Rio Grande do Sul desde o final de abril resultaram na trágica morte de pelo menos 157 pessoas e deixaram 581 mil desabrigados. Estrela, um município de 34 mil habitantes localizado na região conhecida como Vale do Taquari, foi duramente afetado, com 75% de seu território ficando submerso no auge das inundações.

A trajetória de Odila e Elizandro é apenas uma pequena parte do grande panorama de destruição e deslocamento vivenciado pelos moradores da região. Com 600 pessoas ainda em abrigos, a incerteza sobre o futuro é palpável. A decisão da Prefeitura Municipal de desestimular o retorno dos moradores a áreas onde a infraestrutura foi comprometida apenas aumenta a complexidade desse cenário.

Enquanto aguardam por uma nova residência, a dupla enfrenta desafios físicos e emocionais. Elizandro, que sofreu um acidente durante as operações de ajuda voluntária após as inundações, demonstra resiliência ao encarar suas duas costelas quebradas e outras lesões.

O caminho para a reconstrução dessa comunidade devastada é longo e desafiador. Com o anúncio de um pacote de ajuda financeira do governo federal e do governo do Rio Grande do Sul, novas perspectivas de reconstrução e recomeço surgem. No entanto, o futuro ainda se mostra incerto para Odila, Elizandro e tantos outros que perderam seus lares e viram suas vidas virarem de cabeça para baixo.

Enquanto aguardam por uma nova moradia e por respostas sobre o processo de reconstrução, essa mãe e filho enfrentam seus temores, dores e incertezas com coragem e perseverança. Suas histórias são apenas uma parte do retrato de dor e esperança que emerge das ruínas deixadas pelas fortes inundações no Rio Grande do Sul.

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