Roubos de medicamentos de alto custo fazem grandes redes de drogarias repensarem logística em São Paulo

Uma série de roubos envolvendo medicamentos de alto custo, como o Ozempic, tem causado preocupação nas grandes redes de drogarias da cidade de São Paulo. A ação de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime levou as farmácias a repensarem sua logística e a diminuírem o estoque desses remédios nas unidades.

Segundo relatos de funcionários e policiais, houve um aumento significativo nos roubos desses medicamentos em comparação com anos anteriores. O delegado Pedro Ivo Correa dos Santos, da 5ª Delegacia de Roubos e Furtos a Bancos do Deic, afirmou que várias farmácias foram vítimas de roubo, levando-as a reduzir a quantidade de remédios em estoque.

Durante as investigações, os policiais identificaram farmácias que foram assaltadas repetidamente, algumas delas pelo mesmo criminoso. Em um caso específico, um suspeito foi preso após ser reconhecido por uma tatuagem e foi encontrado com caixas de Ozempic, além de uma quantia em moedas proveniente do roubo.

A reportagem visitou diversas drogarias na cidade, onde atendentes e farmacêuticos relataram uma sequência de assaltos, principalmente durante a noite. Os medicamentos mais visados pelos criminosos são o Ozempic, o Saxenda e o Venvanse.

A polícia conseguiu desarticular uma das quadrilhas que atuava nesse tipo de roubo na capital paulista. A investigação resultou na prisão de dez pessoas, incluindo os ladrões, o receptador, um intermediário e donos de pequenas farmácias que recebiam os produtos roubados.

Um dos problemas apontados pela polícia é a falta de cuidado no armazenamento desses medicamentos. Caixas de Ozempic foram encontradas dentro e fora de geladeiras, o que pode comprometer a segurança do produto.

O Sinfar-SP orientou os farmacêuticos vítimas de roubo a registrarem boletins de ocorrência e a comunicarem o ocorrido aos órgãos competentes. As grandes redes de farmácias, como o Grupo DPSP e a RD Saúde, garantiram estar atentas à segurança de seus funcionários e colaborar com as autoridades para resolver eventuais ocorrências.

A Abrafarma afirmou não ter dados específicos sobre o tema. A situação dos roubos de medicamentos de alto custo preocupa não só as autoridades, mas também as empresas do ramo farmacêutico, que buscam soluções para proteger seus estabelecimentos e seus colaboradores.

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