Nesse contexto, o renomado arquiteto chinês Kongjian Yu propõe o conceito de cidades-esponja como alternativa para lidar com as consequências das chuvas intensas. De acordo com Yu, investir em soluções duradouras e baseadas na natureza é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
O arquiteto enfatiza a importância de parar de “lutar contra a água” e adotar uma abordagem que permita absorver, reter e liberar a água de forma a não causar estragos. A implementação de uma infraestrutura verde, que reproduza o balanço hídrico natural, é fundamental para criar cidades mais resilientes e sustentáveis.
Em suas experiências, Kongjian Yu já aplicou o conceito de cidades-esponja em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo China, Tailândia, Indonésia e Rússia. Segundo ele, essa abordagem pode ser adaptada e adotada em qualquer lugar, inclusive no Brasil, devido à riqueza de áreas naturais e espaços que facilitam o escoamento da água.
A ideia por trás das cidades-esponja é reter a água desde o momento em que ela toca o solo, desacelerar seu fluxo e criar áreas alagáveis que permitam a absorção e o retorno dessa água ao ciclo natural de forma segura. Essas estratégias, apesar de baseadas em conceitos antigos da agricultura chinesa, representam soluções inovadoras e eficazes para lidar com os desafios trazidos pelas mudanças climáticas.
Portanto, diante da crescente frequência de eventos climáticos extremos, a proposta das cidades-esponja surge como uma alternativa viável e sustentável para mitigar os impactos das chuvas intensas e prevenir tragédias causadas por inundações. O desafio agora é implementar essas soluções de forma eficiente e abrangente, visando tornar as cidades mais adaptadas e preparadas para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.