Repórter São Paulo – SP – Brasil

Oposição trava votação de decreto de armas de Lula na Câmara dos Deputados em meio a negociações e pressão da bancada da bala.

A oposição na Câmara dos Deputados está mobilizada para tentar derrubar o decreto sobre armas editado pelo presidente Lula (PT) no primeiro ano de seu mandato. Este decreto representou uma reversão das políticas de flexibilização adotadas pelo governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), que resultaram em um aumento significativo no número de armas e munições em circulação.

Na semana passada, um grupo de parlamentares se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, na tentativa de negociar alterações específicas no decreto, evitando assim a sua derrubada por completo. Entre os pontos que os parlamentares desejam ver alterados estão a habitualidade para colecionadores manterem armas, a mudança de status da permissão para armas de calibre 9 mm e a autorização para manter clubes de tiro próximos a escolas que já estavam instalados antes da publicação do decreto.

Essas questões têm sido objeto de discussões entre integrantes do governo e membros da bancada da bala, um dos grupos mais influentes na Câmara dos Deputados. O presidente da Comissão de Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF), participou de reuniões com o ministro da Justiça, e diversas conversas têm ocorrido para avançar nas negociações.

Ricardo Lewandowski prometeu reavaliar pontos específicos do decreto em uma audiência pública, incluindo a questão da habitualidade. Este tema é fundamental para a avaliação da condição de atirador por parte dos colecionadores e, segundo as pessoas envolvidas, há um consenso de que este ponto pode sofrer alterações.

No entanto, até o momento não há indicações por parte do Exército sobre possíveis mudanças, mesmo com o planejamento do governo federal de transferir a responsabilidade pelos CACs, clubes de tiro e lojas de armas para a Polícia Federal a partir de 2025. Esta transição tem gerado preocupações, visto que a Polícia Federal ainda não possui a estrutura adequada para assumir essas atribuições.

Os parlamentares tentaram acelerar o trâmite do PDL na Casa, mas enfrentaram resistência no ano passado. Recentemente, a presidente da CCJ, trocou o relator da matéria, o que gerou críticas por parte de alguns deputados. O debate sobre as mudanças propostas segue em andamento, com potencial impacto significativo nas políticas de controle de armas no país.

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