Falta de ações de prevenção contribui para enchentes em municípios gaúchos: quem assume a responsabilidade?

A recente enchente que atingiu vários municípios gaúchos trouxe à tona a questão do descaso com a gestão e prevenção de riscos climáticos nessas regiões. Ao analisar os mapas, é possível perceber a relação direta entre a falta de implementação de ações preventivas e os impactos das chuvas nessas localidades.

De acordo com os dados levantados, a grande maioria dos municípios do estado não implementou nem metade das 20 ações e planos de prevenção que poderiam minimizar os danos causados pelas enchentes. Isso levanta a questão se é preciso uma catástrofe ocorrer para que a gravidade da mudança climática seja realmente compreendida pelas autoridades responsáveis.

Uma possível solução para esse problema seria a criação de uma Agência Nacional de Segurança Climática, responsável por orientar os municípios, cobrar a implementação das ações preventivas e denunciar aqueles que não cumprirem com suas responsabilidades. Afinal, estamos lidando com a preservação de vidas e evitar mortes não pode ser negociável.

Além disso, a responsabilidade pelas enchentes não deve recair apenas sobre os prefeitos, mas também sobre os políticos em geral, que muitas vezes não acreditam efetivamente na crise climática. A assinatura do Acordo de Paris por 193 países em 2015 estabeleceu metas de redução de emissões, que infelizmente não estão sendo cumpridas, demonstrando a falta de compromisso com o futuro do planeta.

Empresas também compartilham dessa responsabilidade, muitas vezes priorizando o lucro de curto prazo em detrimento do impacto ambiental de suas atividades. A autorregulação muitas vezes não é suficiente, sendo necessária a intervenção do poder público para estabelecer limites e garantir o interesse público acima do privado.

Portanto, é fundamental repensarmos nossos hábitos de consumo e pressionarmos por mudanças tanto no âmbito político quanto empresarial. As eleições municipais de 2024 se apresentam como uma oportunidade para escolhermos candidatos comprometidos com a agenda da sustentabilidade e que estejam dispostos a implementar ações concretas de prevenção e mitigação dos impactos climáticos em suas cidades.

A mudança de paradigma é urgente e depende da mobilização de toda a sociedade para garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações. A hora de agir é agora.

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