Desde as primeiras intervenções, realizadas na primeira metade do século 19, a margem do Guaíba avançou cerca de 300 metros, ocupando o espaço que hoje corresponde à rua dos Andradas. Os aterros iniciais permitiram a criação de novas vias, como as atuais ruas Sete de Setembro e Voluntários da Pátria, ampliando a atividade portuária e possibilitando a construção de importantes prédios públicos como o Mercado Público e a prefeitura.
No entanto, a relação da cidade com o lago nem sempre foi pacífica. Recentemente, as fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul resultaram em inundações que afetaram áreas aterradas, como o centro histórico, onde edificações como o cais, o mercado e a prefeitura foram atingidas. Segundo especialistas, a topografia mais baixa dessas regiões contribuiu para a ocorrência dos alagamentos.
Apesar dos desafios, os aterros também foram fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de Porto Alegre. A expansão da região central em direção ao Guaíba permitiu à cidade receber grandes embarcações estrangeiras, possibilitando seu crescimento econômico e cultural. Além disso, as áreas aterradas foram estrategicamente planejadas para absorver as águas das cheias, evitando inundações em áreas habitadas.
O legado dos aterros pode ser visto na construção de importantes locais na cidade, como o estádio Beira-Rio, o bairro Praia de Belas, o Anfiteatro Por do Sol e o Centro Administrativo, que abriga prédios públicos como os Correios e a Casa de Cultura Mario Quintana. Essas intervenções, embora controversas, contribuíram para a expansão e modernização de Porto Alegre, marcando sua história e transformando sua paisagem urbana.
