Unicamp confirma circulação do vírus mayaro em humanos em Roraima, acendendo alerta para possível disseminação pelo Brasil.

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) trouxe à tona uma descoberta preocupante: a confirmação da circulação do vírus mayaro entre humanos no Estado de Roraima. Esse vírus, conhecido pela sigla MAYV, é transmitido por mosquitos silvestres e causa uma doença conhecida como “febre do mayaro”. Os sintomas são semelhantes aos da dengue e do chikungunya, incluindo febre, dores no corpo, fadiga e inflamação nas articulações.

O estudo, realizado em parceria com diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, revelou que o vírus foi detectado em 3,4% das amostras de soro analisadas de pacientes com estado febril em Roraima. Essa descoberta lança um alerta para a possibilidade de disseminação do vírus pelo país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste nos próximos anos.

Historicamente, a detecção do vírus mayaro estava restrita a Estados da região Norte, como Acre, Pará e Amazonas. No entanto, a presença do vírus entre humanos na zona urbana de Roraima sugere que o mayaro está se espalhando para outras áreas, inclusive para regiões mais populosas e urbanizadas.

Um dos aspectos mais preocupantes apontados pelos pesquisadores é a possibilidade de transmissão do vírus por mosquitos urbanos. Existem indícios de que o Haemagogus janthinomys, mosquito vetor do mayaro, esteja infectando pessoas em áreas urbanas de Roraima, levantando a hipótese de que outros vetores urbanos, como o Aedes aegypti, também possam estar envolvidos na disseminação do vírus.

Além dos sintomas semelhantes aos da dengue e do chikungunya, a febre do mayaro tem o potencial de causar inflamação crônica nas articulações, o que pode levar a impactos significativos na qualidade de vida dos pacientes. Não há vacina para essa doença, o que reforça a importância de medidas preventivas, como evitar áreas de mata sem proteção e usar repelentes.

Os pesquisadores ressaltam a importância de investigar a origem e a transmissão do vírus mayaro, alertando para os impactos dos fenômenos ambientais, como desmatamento e mudanças climáticas, na disseminação de doenças transmitidas por mosquitos. Essa descoberta reforça a necessidade de vigilância e controle efetivos para evitar a propagação do vírus e proteger a saúde da população.

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