Repórter São Paulo – SP – Brasil

Trabalhadores denunciam violações de direitos humanos durante internações na Cracolândia em São Paulo

Profissionais do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) IV, vinculado à prefeitura de São Paulo e responsável por atender usuários de substâncias psicoativas na região da Cracolândia, no centro da cidade, revelaram recentemente violações de direitos humanos durante internações realizadas na região. As denúncias envolvem equipes do Serviço de Cuidados Prolongados (SCP) e do HUB de Cuidados em Crack e outras Drogas.

De acordo com os trabalhadores do Seas, as práticas do SCP estão em total desacordo com os princípios éticos e legais que regem o trabalho realizado na região. Em uma carta aberta divulgada, os profissionais afirmaram que as internações realizadas pelo SCP não estão respeitando as leis e estão prejudicando o trabalho de vínculo que vinha sendo desenvolvido ao longo do tempo.

Além disso, a carta destaca que as internações têm se mostrado ineficazes, não trazendo avanços reais e permitindo que os usuários internados rapidamente retornem à cena de uso de drogas, o que demonstra a falta de resolutividade nas ações realizadas. As violações apontadas incluem o desrespeito à Lei Antimanicomial e a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).

Os profissionais do Seas esperam que a carta funcione como um chamado à ação para corrigir as práticas abusivas e promover um atendimento digno e respeitoso a todas as pessoas em situação de vulnerabilidade. Esta denúncia se soma a outras recentes, como as abordagens violentas e agressivas relatadas pelos trabalhadores do Redenção na Rua, que também atuam na Cracolândia.

Até o momento, a prefeitura e o estado de São Paulo não se pronunciaram sobre as denúncias feitas pelos profissionais. A Agência Brasil entrou em contato com os órgãos responsáveis, mas até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno. A expectativa é de que essas denúncias levem a medidas corretivas para garantir que os direitos dos usuários de substâncias psicoativas sejam respeitados e que o atendimento prestado seja digno e eficaz.

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