EUA retiram Cuba da lista de países que não cooperam contra o terrorismo, mas mantêm na lista de países patrocinadores do terrorismo

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil demonstrou contentamento com a decisão do governo dos Estados Unidos da América (EUA) de remover Cuba da lista de países considerados não cooperantes no combate ao terrorismo, conforme anunciado em nota divulgada na última quinta-feira (16). Entretanto, o governo brasileiro expressou desaprovação em relação à permanência da ilha caribenha na lista de países patrocinadores do terrorismo.

Segundo o comunicado emitido pelo Itamaraty, o Brasil recebeu com satisfação a exclusão de Cuba da lista norte-americana de países que não cooperam plenamente no combate ao terrorismo, classificando a medida como um passo importante na direção correta. O governo brasileiro também instou os EUA a retirarem Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, da qual resultam sanções pesadas e injustificadas ao país caribenho.

A manutenção de Cuba nessa lista foi repudiada pelo governo brasileiro, enfatizando a desaprovação da ampla maioria da comunidade internacional e unanimidade dos países da América Latina e do Caribe. Tal posicionamento foi respaldado pela Declaração aprovada na última Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Kingstown, na Jamaica, no dia 1º de março deste ano.

A mudança na postura dos EUA foi formalizada por meio de um relatório do Departamento de Estado enviado ao Congresso norte-americano. A lista atual manteve países como Coreia do Norte, Irã, Síria e Venezuela como nações que não cooperam plenamente contra o terrorismo. A retirada de Cuba da lista possui um impacto simbólico, uma vez que os EUA mantêm um embargo comercial e financeiro contra o país há mais de seis décadas.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, declarou em suas redes sociais que os EUA reconheceram o comprometimento de Cuba no combate ao terrorismo, enquanto o governo cubano reiterou que Cuba não patrocina o terrorismo e é, na verdade, vítima dele. Além disso, destacou a necessidade de retirar o país das listas de patrocinadores do terrorismo e encerrar o bloqueio econômico imposto há décadas. A discussão em torno dessa decisão evidencia um aspecto eleitoral nos EUA, com especialistas apontando que a medida busca agradar a ala mais à esquerda do Partido Democrata e conquistar o voto latino-americano.

Diante das eleições presidenciais nos Estados Unidos marcadas para novembro deste ano, a retirada de Cuba da lista de países que não cooperam no combate ao terrorismo representa uma estratégia política por parte do governo Biden para fortalecer sua base de apoio interna e internacional. A inclusão de Cuba nessa decisão reflete a complexidade das relações diplomáticas e geopolíticas entre os dois países e suas regiões de influência.

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