Segundo o comunicado emitido pelo Itamaraty, o Brasil recebeu com satisfação a exclusão de Cuba da lista norte-americana de países que não cooperam plenamente no combate ao terrorismo, classificando a medida como um passo importante na direção correta. O governo brasileiro também instou os EUA a retirarem Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, da qual resultam sanções pesadas e injustificadas ao país caribenho.
A manutenção de Cuba nessa lista foi repudiada pelo governo brasileiro, enfatizando a desaprovação da ampla maioria da comunidade internacional e unanimidade dos países da América Latina e do Caribe. Tal posicionamento foi respaldado pela Declaração aprovada na última Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Kingstown, na Jamaica, no dia 1º de março deste ano.
A mudança na postura dos EUA foi formalizada por meio de um relatório do Departamento de Estado enviado ao Congresso norte-americano. A lista atual manteve países como Coreia do Norte, Irã, Síria e Venezuela como nações que não cooperam plenamente contra o terrorismo. A retirada de Cuba da lista possui um impacto simbólico, uma vez que os EUA mantêm um embargo comercial e financeiro contra o país há mais de seis décadas.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, declarou em suas redes sociais que os EUA reconheceram o comprometimento de Cuba no combate ao terrorismo, enquanto o governo cubano reiterou que Cuba não patrocina o terrorismo e é, na verdade, vítima dele. Além disso, destacou a necessidade de retirar o país das listas de patrocinadores do terrorismo e encerrar o bloqueio econômico imposto há décadas. A discussão em torno dessa decisão evidencia um aspecto eleitoral nos EUA, com especialistas apontando que a medida busca agradar a ala mais à esquerda do Partido Democrata e conquistar o voto latino-americano.
Diante das eleições presidenciais nos Estados Unidos marcadas para novembro deste ano, a retirada de Cuba da lista de países que não cooperam no combate ao terrorismo representa uma estratégia política por parte do governo Biden para fortalecer sua base de apoio interna e internacional. A inclusão de Cuba nessa decisão reflete a complexidade das relações diplomáticas e geopolíticas entre os dois países e suas regiões de influência.