Casal homoafetivo adota criança e destaca o gestar no coração como início da maternidade: desafios e superações no processo.

Carolina Rua e Laís Guerra estão se preparando para adotar uma criança e compartilharam que a maternidade começa no amor e preparação para receber esse novo integrante. Elas explicam que gestar um filho no coração significa criar um ambiente acolhedor para a chegada da criança. Essa decisão não foi fácil, pois enfrentaram pressões familiares e sociais, principalmente devido à resistência contra casais homoafetivos que desejam adotar.

Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), 4.772 crianças e adolescentes aguardam por pais adotivos, enquanto 36.318 adultos estão habilitados para adoção. Desde 2019, 21.292 crianças foram adotadas, sendo 6,35% por casais homoafetivos. Esse número tem crescido ao longo dos anos, demonstrando uma mudança positiva na sociedade em relação à adoção por esses casais.

A questão da adoção por casais homoafetivos é legalmente permitida no Brasil, conforme decisões do Supremo Tribunal Federal. No entanto, ainda existem preconceitos e resistências sociais que dificultam o processo para esses casais. Carolina e Laís, juntas há 12 anos, estão ansiosas para iniciar o processo de adoção e já estão se preparando para formar uma família interracial.

O coletivo Cores da Adoção tem sido fundamental para apoiar famílias em processo de adoção, fornecendo informações técnicas, experiências e ajuda emocional. Eles buscam que a sociedade celebre todas as formas de amor e valorize a diversidade das famílias. O grupo tem sede em Vargem Pequena e em breve terá outro local inaugurado em Copacabana, com apoio das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro.

Outro casal, Henrique e Ryan, também estão buscando adoção e contam com o apoio do Cores da Adoção. Eles enfrentaram questionamentos preconceituosos de algumas pessoas, mas estão focados em oferecer um ambiente amoroso e acolhedor para a criança que pretendem adotar. A importância de proporcionar um lar afetuoso e saudável independe da orientação sexual dos pais.

Saulo Amorim, coordenador do Cores da Adoção, destaca a necessidade de combater discursos conservadores que tentam impedir a adoção por casais LGBTQI+. Ele ressalta que o mais importante é garantir o amor e o acolhimento para as crianças, independentemente da orientação sexual dos pais. A diversidade das famílias deve ser celebrada e valorizada, sem preconceitos ou discriminação.

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