Demissão na Petrobras aumenta temores de postura populista do governo Lula, impactando o dólar e o mercado financeiro.

O mercado financeiro brasileiro foi surpreendido na terça-feira à noite com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras. Essa mudança no comando da estatal trouxe temores de uma postura mais populista por parte do governo Lula, o que impactou negativamente a valorização do real frente ao dólar nesta quarta-feira.

Enquanto as moedas emergentes se beneficiavam da queda nas taxas dos Treasuries, o real apresentava o pior desempenho entre as moedas globais mais relevantes. O dólar teve um aumento de 0,12%, encerrando o dia cotado a R$ 5,1367. Essa valorização foi impulsionada pela incerteza gerada pela demissão de Prates e pelas preocupações com uma possível ingerência política na gestão da Petrobras.

A troca de comando na empresa aconteceu em meio à divulgação do resultado do primeiro trimestre e foi justificada pelo governo Lula como uma necessidade de acelerar a execução de projetos da companhia. A escolha de Magda Chambriard, ex-diretora-geral da ANP, para substituir Prates levantou receios sobre a interferência do governo em questões como preços de combustíveis, política de dividendos e investimentos.

Para Leonardo Monoli, sócio e diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, a demissão de Prates aumentou a insegurança e a aversão ao risco no mercado. Ele ressalta que, apesar dos impactos locais, o ambiente externo mais favorável, com sinais de moderação na atividade econômica dos EUA, ameniza os estragos no mercado brasileiro.

No entanto, Monoli alerta para a possibilidade de um cenário de acidente no Brasil caso haja uma piora no ambiente externo. Ele destaca que o país perde oportunidades de atrair investidores estrangeiros e ressalta a importância de se manter atento aos indicadores econômicos globais.

Assim, a demissão de Prates da presidência da Petrobras e a nomeação de Magda Chambriard para o cargo geraram um cenário de incerteza e preocupação nos mercados financeiros, com reflexos na valorização do real e nas expectativas em relação ao futuro da estatal sob o governo Lula.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo