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Desafios da informalidade na cultura: trabalhadores lutam por direitos em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos.

Na tarde desta segunda-feira (13), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal promoveu uma audiência pública para discutir os desafios enfrentados pelos trabalhadores do setor da cultura, em especial aqueles que atuam de forma informal. Diversos convidados participaram do evento e relataram suas experiências e dificuldades no ambiente de trabalho.

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH e responsável por solicitar a realização da audiência, destacou a importância de regulamentar a situação dos trabalhadores culturais, ouvindo suas demandas e necessidades. Paim é relator de uma sugestão legislativa que propõe novas relações de trabalho, em resposta às mudanças promovidas pela reforma trabalhista de 2017, que, segundo ele, trouxe retrocessos nos direitos trabalhistas.

Durante a reunião, os participantes destacaram a falta de fiscalização estatal na garantia dos direitos sociais e trabalhistas dos profissionais do setor. O representante do Sindicato de Eventos do Estado da Bahia, Adriano Malvar, ressaltou a dificuldade dos trabalhadores em exigir formalidade nos contratos, devido à falta de amparo e proteção.

A representante da Articulação Nacional de Trabalhadores em Eventos (Ante), Alexandra Ferreira Gonçalves, também criticou a falta de fiscalização e regulamentação no setor cultural, classificando-o como uma “terra sem lei”. Ela destacou a necessidade de criar novas leis e propôs a elaboração de um estatuto específico para os trabalhadores da cultura.

O diretor de Políticas para os Trabalhadores da Cultura do Ministério da Cultura, Deryk Vieira Santana, expôs a necessidade de atualizar legislações desatualizadas que regem as profissões do setor cultural, visando combater a informalidade e garantir direitos trabalhistas.

Ao final da audiência, os convidados prestaram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O senador Paim expressou sua solidariedade e afirmou que a comissão temporária externa criada pelo Senado continuará acompanhando a situação no estado.

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