Repórter São Paulo – SP – Brasil

Cineasta iraniano vencedor do Urso de Ouro emite comunicado após exílio forçado e perseguição às equipes de produção

O renomado cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do prestigiado Urso de Ouro em 2020, emitiu um comunicado nesta segunda-feira, dia 13, revelando sua situação atual. Rasoulof afirmou que está na Europa após uma longa e complicada viagem, mas sua presença no Festival de Cannes deste ano, onde seu novo filme “A semente do figo sagrado” está na disputa pela cobiçada Palma de Ouro, permanece incerta.

Segundo o diretor, as autoridades iranianas continuam a perseguir e interrogar a equipe, elenco e familiares envolvidos na produção de seu filme, alegando que foram manipulados a participar do projeto e que não conheciam o teor da história. Rasoulof foi condenado por crimes de segurança nacional relacionados à produção de filmes e documentários, além de ter seus bens confiscados.

Em seu comunicado, Rasoulof criticou duramente o sistema judicial iraniano, denunciando as violações constantes e sistemáticas dos direitos humanos perpetradas pela República Islâmica. O cineasta se mostrou especialmente indignado com a imposição de penas de morte a manifestantes e ativistas de direitos civis. Ele afirmou que se opõe de forma veemente à decisão injusta que o forçou ao exílio, mas ressaltou que as decisões do judiciário iraniano têm sido tão cruéis e estranhas que ele mal pode reclamar de sua própria sentença.

Cabe destacar que em 2022, Rasoulof foi condenado a um ano de prisão e proibido de fazer filmes sob a acusação de “propaganda contra o sistema”. Em julho do mesmo ano, ele foi preso, sendo posteriormente libertado em fevereiro de 2023 para cumprir a pena em casa por motivos de saúde. No ano passado, Rasoulof foi selecionado para integrar o júri do Festival de Cannes, mas recusou o convite devido às restrições que lhe impediam de sair do Irã.

A situação do aclamado diretor Mohammad Rasoulof destaca os desafios enfrentados por artistas e realizadores que enfrentam perseguição e censura em regimes autoritários, reforçando a importância da liberdade de expressão e dos direitos humanos no cenário artístico e cultural global.

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