Cadeias de corais submersas ameaçadas abrigam vida marinha no Atlântico equatorial e despertam preocupações ambientais e de conservação.

Uma extensa cadeia de montanhas submersas foi descoberta recentemente por pesquisadores brasileiros, localizadas nas proximidades da Linha do Equador, estendendo-se por mais de 1,3 mil quilômetros. As cadeias de Fernando de Noronha e do Norte (Ceará) abrigam bancos de corais em profundidades superiores a 40 metros, formando verdadeiros oásis para a vida marinha no Oceano Atlântico equatorial.

Expedições realizadas desde 2016 têm revelado importantes descobertas nesses locais. A mais recente, conduzida por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), identificou colônias de corais-de-fogo, corais Mussismilia hartii, e Meandria brasiliensis, incluindo espécies ameaçadas de extinção. No entanto, os cientistas também constataram que esses corais estão passando por um fenômeno de branqueamento, devido ao aumento da temperatura dos oceanos.

Além disso, foram observados restos de apetrechos de pesca e a redução da população de peixes grandes, em decorrência da atividade pesqueira intensa na região. A exploração petrolífera também representa uma ameaça, com blocos de exploração sobrepondo-se a alguns dos bancos de corais.

Diante desse cenário preocupante, cientistas têm defendido a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) marinha entre Fernando de Noronha e o Ceará, abrangendo mais de 12 milhões de hectares. A proposta já está em análise no Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e conta com o respaldo das expedições realizadas pela UFPE.

A importância desses ecossistemas oceânicos para a biodiversidade é destacada pelos pesquisadores, que ressaltam a fragilidade desses ambientes. A criação da APA representaria um passo importante para a conservação marinha na região, tornando a pesca mais sustentável e protegendo espécies ameaçadas.

Após passar pelo ICMBio, o processo de criação da APA ainda precisará ser avaliado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Casa Civil, até que a unidade de conservação seja finalmente estabelecida pelo Presidente da República. A expectativa é que, com a implementação da APA, esses preciosos ecossistemas submarinos possam ser preservados para as futuras gerações.

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