Com problemas de conexão e sem energia elétrica, o rádio se tornou essencial para Araujo obter notícias seguras sobre a situação na região. Ele lembra que adquiriu o aparelho no ano anterior, durante uma partida de futebol no estádio local, e agora ele se mostrava indispensável para acompanhar os desdobramentos das enchentes e a dificuldade de acesso das pessoas devido à falta de informações confiáveis.
A partir dessa experiência, surgiram iniciativas para ajudar os atingidos pelas enchentes, como a campanha idealizada pela professora de direito Grace Kellen de Freitas Pellegrini, que propôs arrecadar rádios de pilha para serem distribuídos entre as comunidades isoladas e na zona rural. De acordo com ela, o rádio é um meio fundamental de comunicação em áreas rurais, onde muitos trabalhadores o utilizam diariamente para se manterem informados.
Como coordenadora do curso de direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Grace já utilizava o rádio como ferramenta de comunicação para informar os moradores das áreas mais afastadas sobre seus direitos e os serviços oferecidos pela instituição. Com o agravamento da situação causada pelas enchentes, ela ressaltou a importância de manter essas populações bem informadas e defendeu a doação de rádios como uma forma de atender a essa necessidade.
Além disso, a doação de rádios de pilha se mostrou relevante por não depender de energia elétrica e possibilitar a transmissão de notícias mesmo em áreas onde a internet não está disponível. A proposta de distribuir os aparelhos através da Defesa Civil visa alcançar os locais mais necessitados, como o município de Sinimbú, um dos mais afetados pelas enchentes na região.
Diversas entidades ligadas à radiofusão, como a Abert, Agert, Abraço e o Museu Brasileiro de Rádio e Televisão, além da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apoiaram a iniciativa da Unisc. A universidade, que recentemente começou a transmitir boletins informativos em sua rádio, contou com a adesão de Araujo, que anteriormente havia sido contra a instalação da antena de transmissão por considerar o custo elevado.
Diante da importância do rádio como meio de comunicação em situações de crise, Araujo destacou a necessidade de informação confiável para combater as notícias falsas que circulam na região atingida pelas enchentes. Ele ressaltou que, além das necessidades básicas, as pessoas precisam estar informadas sobre o que está acontecendo ao seu redor.
Assim, a iniciativa de doar rádios de pilha demonstrou ser uma solução eficaz para manter a população bem informada e conectada, mesmo nas áreas mais afetadas pelas enchentes em Santa Cruz do Sul. A solidariedade e a união de esforços de diversas entidades e instituições demonstram o compromisso com o bem-estar e a segurança das comunidades atingidas.
