Abusos sexuais em abrigos no RS: ONGs arrecadam doações para abrigo exclusivo a mulheres em situação de vulnerabilidade.

Em meio à crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, milhares de pessoas estão sendo desalojadas e precisam de abrigo e assistência. No entanto, em meio a essa situação calamitosa, relatos de estupros em abrigos provisórios emergiram, levando à prisão de seis suspeitos até o momento.

Diante desse cenário preocupante, o Instituto Survivor e o Me Too Brasil estão se mobilizando para arrecadar doações e patrocinar um abrigo destinado exclusivamente a mulheres e mães em situação de vulnerabilidade que necessitam desse apoio. A advogada Izabella Borges, especialista em violência de gênero e fundadora do Instituto Survivor, destaca que estão sendo feitos cadastros para compreender as necessidades dessas mulheres afetadas pela tragédia.

Inicialmente planejado apenas como entrega direta de doações, o cadastro revelou casos de violência sexual nos abrigos, incluindo crianças e adolescentes como vítimas. Por essa razão, a ideia é estabelecer um abrigo exclusivo para pessoas nessa situação em Canoas e Nova Hamburgo.

O governador Eduardo Leite também se pronunciou sobre o assunto, informando que seis casos de abuso foram registrados, alguns cometidos por familiares das vítimas, e que os responsáveis foram presos. A Ministra Cida Gonçalves, responsável pelas Mulheres, escutou relatos de abusos nos abrigos e solicitou a implementação de medidas para garantir a segurança das mulheres e crianças vulneráveis.

Diante desse contexto desesperador, o Me Too Brasil e o Instituto Survivor criaram um canal de escuta especializada para as vítimas de violência sexual, que estão enfrentando grande medo e resistência em denunciar oficialmente os abusos. Grupos de WhatsApp estão mobilizando doações e resgates, além de alertar sobre os episódios de abuso nos abrigos, que estão sendo investigados.

É urgente que medidas eficazes sejam tomadas para garantir a segurança e proteção das vítimas de violência sexual nos abrigos, uma vez que a vulnerabilidade dessas pessoas aumenta diante da catástrofe. A estrutura patriarcal e o fácil acesso dos agressores a essas vítimas precisam ser combatidos de forma enérgica e imediata.

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