Os abrigos da cidade, que inicialmente serviriam para acolher desabrigados, estão sendo adaptados para funcionar como prontos-socorros improvisados, a fim de evitar déficit no atendimento a feridos. A exposição prolongada à umidade tem gerado preocupação com casos de hipotermia entre os afetados pelas enchentes.
Profissionais da saúde e voluntários têm se unido em esforços para prestar atendimento constante desde o início da crise. No entanto, a exaustão dessas equipes é uma preocupação, visto que muitos profissionais estão afastados devido às condições de trabalho. Nos hospitais ainda em funcionamento, a demanda por atendimento é ainda maior, com equipes reduzidas e grande fluxo de feridos vindos de cidades vizinhas.
Além dos impactos das enchentes, a cidade também enfrenta o desafio de combater a dengue, com mais de 2.000 registros neste ano. A falta de testes e a possibilidade de surto de leptospirose entre resgatistas e voluntários que tiveram contato com a água das enchentes são outras preocupações da Secretaria Municipal de Saúde.
A Sociedade Brasileira de Infectologia recomendou o uso de medicamentos como a doxiciclina e azitromicina para prevenir a leptospirose, transmitida pela urina de ratos. O cenário atual requer ações urgentes e coordenadas para garantir o atendimento adequado à população afetada e prevenir a propagação de doenças decorrentes das enchentes em Porto Alegre.